ANÁLISE COMPARATIVA DAS TRANSFORMAÇÕES DO USO DO SOLO

ENTRE 1984 E 1994 NAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS

DE SANTA CRUZ,CAMPO GRANDE E GUARATIBA

ELSA ESTEVES DE CARVALHO1

MAURO SERGIO F. ARGENTO2

FLÁVIA LOURENÇO FERREIRA3

1Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia - UFRJ

2Professor Titular, Departamento de Geografia - UFRJ

3Bolsista de Iniciação Científica - Faculdades Integradas Simonsen

Av. Brigadeiro Trompowiski,s/n - CCMN - Ilha do Fundão - Instituto de Geociências 21949-900. Rio de Janeiro

Apoio : CENEPAM/SIMONSEN e CNPq

Resumo.O presente artigo visa mostrar a adoção de uma critério metodológico que possibilitou a atualização das transformações espaciais relacionadas ao uso do solo na zona oeste do município do Rio de Janeiro, restrito às regiões administrativas de Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba, referente aos temas: áreas de cobertura vegetal, áreas de intensa urbanização, áreas inundadas, no período de 1984 à 1994. O emprego do sensoriamento remoto, através da utilização de processos digitais e o uso do Sistema de Informaçào Geográfico - SGI, permitiram o estabelecimento de uma carta imagem pra a época mais recente e a quantificação das transformações espaciais relacionadas aos temas, tais resultados, consubstanciados em trabalhos de campo, permitiram uma observação das mudanças dos últimos 10 anos, assim como uma compreensão dos processos ocorrentes. Este trabalho vem reforçar a importância do uso deprodutos de sensores orbitais para a adequação de bases atualizadas no subsídio às transformações espaciais, permitindo um acompanhamento periódico dos diferentes usos do solo, o que auxilia à nível de tomadas de decisões no planejamento territorial urbano e rural, cada vez mais importante para a sociedade e o meio ambiente.

Abstract.The present paper intends to adopt a methodological criterion to bring up to date the spatial transformations related to the land use in the western part of Rio de Janeiro municipality, restrict to the administrative regions of Campo Grande, Santa Cruz and Guaratiba in reference to the themes: green areas, urbanized and wet land areas, in the period 1984/1994. The use of remote sensing and digital proccessing and the use of Geographical Information System - GIS - allowed the establishment of a chart-image to present time and the quantification of spatial transformation related to the themes. This work reinforces the importance of the use of orbital sensors products to generate up to date bases in the subsidies to the spatial transformation making it to monitorate the different land uses in order to assist urban and rural territorial planning decisions, becoming more and more important to the society and the enviroment.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O atual modelo de desenvolvimento tem gerado graves danos ao meio ambiente, retratando inúmeros desequilíbrios naturais, através da exploração intensa de seus recursos, transformando-se assim num dos assuntos mais críticos da atualidade. Dentro deste quadro, surge uma urgente necessidade de se desenvolver estudos integrados acerca dos processos naturais e sociais, de modo a possibilitar uma melhor definição de estratégias de manejo que reconheçam e promovam a relação entre os dois.

Neste sentido, cada vez mais as ciências ambientais vêm se ajustando às modernas tecnologias, com o firme propósito de concatenar instrumentos de última geração tecnológica para que novos avanços no campo do conhecimento sejam elaborados para a melhoria da qualidade de vida da humanidade.

Em base operacional, a área de estudo apresenta uma extensão que corresponde ao sistema Baixada de Sepetiba, referente às regiões administrativas de Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba, contabilizando uma área de 487,13 km2 (figura 1).

Sendo uma das mais importantes áreas do município do Rio de Janeiro, a zona oeste, vem sofrendo uma intensa ocupação desordenada nas últimas décadas e, como consequência, tem apresentando inúmeros problemas ambientais.

A nível ambiental, prevê-se uma transformação espacial cada vez mais crescente na área, devido à perspectivas de vultuosos investimentos no setor urbano-industrial e "portuário", já que existe uma clara intenção de tornar o porto de Sepetiba num dos mais modernos da América do Sul, transformando a área num verdadeiro corredor de exportação.

Tendo em vista tais aspectos, cria-se a necessidade de cada vez mais atualizar os dados sobre a área de forma que proporcionem o desenvolvimento de ações diagnósticas e preditivas efetivas, a fim de que os problemas causados, por possíveis impactos negativos advindos das intensas alterações, possam ser minimizadas a médio e longo prazo.

Neste contexto, a proposta deste trabalho consiste em apresentar uma atualização de dados a nível quantitativo referentes às áreas urbanas, inundadas e de cobertura vegetal no período de 1984 à 1994, para regiões administrativas,acima referidas, procurando mostrar a suas distribuições espaciais, verificando os processos ocorrentes numa perspectiva integradora sócio-ambiental.

No contexto moderno de planejamento, as informações georreferenciadas revestem-se de fundamental importância, tendo em vista o emprego de SIG's associado à cartografia computadorizada. Neste sentido, o emprego de técnicas de geoprocessamento,como o sensoriamento remoto e a cartografia computadorizada, acoplada à estrutura de Sistemas de Informações Geográficas, tornem-se fundamentalmente para a compreensão espacial da integração entre o homem/natureza.

A busca desta identidade torna-se, portanto, a essência da relevância do presente estudo.

 

MÉTODOS E TÉCNICAS

 

As bases temáticas utilizadas neste trabalho, referentes à 1984 e 1994, foram geradas à partir da compilação do mapa da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro - Coordenação Geral - Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro / 1984, e de processamento digital de imagens de sensoriamento remoto, respectivamente.

A digitalização do mapa temático de 1984, foi efetuada, em planos de informações distintos para cada classe, no sistema SGI/INPE. As opções básicas utilizadas para cada plano foram: entrada de dados por mesa digitalizadora, edição, ajuste, poligonalização, rasterização e cálculo de áreas.

Para a análise da área, por sensoriamento remoto em base orbital, foi utilizada uma imagem LANDSAT-5 - TM nas bandas espectrais 3,4,5 datada de 3 de maio de 1994, processada no Sistema de Tratamento de Imagens, SITIM, desenvolvido pelo INPE, o que viabilizou o estabelecimento de mapas temáticos.

A seleção das bandas espectrais, relaciona-se à sensibilidade de discriminação de elementos importantes dentro do tema estudado. A banda 3, permitiu uma melhor percepção das áreas de vegetação, solos expostos, urbanização intensa e vias de acesso. A banda 4, apresentou uma melhor identificação das feições geomorfológicas estruturais e áreas de vegetação degradada. Finalmente, a banda 5 permitiu a identificação de áreas de manguezais e áreas inundadas, devido à alta sensibilidade a detecção de áreas úmidas.

Num momento posterior, foi aplicado um realce de contraste linear aos três canais, com o propósito de aumentar a discriminação dos tons. Após o realce de imagem, foram feitas classificações temáticas baseadas no algoritmo de maxi-verossimilhança (MAXVER). Para o selecionamento das amostras foram consideradas as potencialidades de cada banda espectral, permitindo a discriminação visual das classes: cobertura vegetal, urbanização intensa, área inundada. Outrossim, a verificação das variáveis em campo, foi fundamental para suprimir dúvidas da fase anterior, contribuindo então para o entendimento dos processos atuantes na área à nível geral.

Após a classificação digital, foi efetuado o registro da imagem, o que permitiu o seu tratamento no módulo SGI como mais um plano de informação, onde foram delimitados os polígonos referentes à cada tema,assim como efetuados os cálculos de suas respectivas áreas.

 

RESULTADOS OBTIDOS

 

Sem dúvida, a zona oeste tem sido uma das áreas de maiores transformações ao longo do tempo onde, notadamente, o principal fator responsável pelas modificações espaciais é a crescente ocupação que vem ocorrendo nas últimas décadas. Atualmente, já está sendo sentido inúmeros impactos negativos devido à aceleração da ocupação urbana,limitada por manchas que caracterizam áreas de expansão, em grande parte de forma desordenada.

A princípio, os dados considerados reportam à 1984, quando foram obtidas informações através do mapa de uso do solo pertencente ao acervo da Secretaria de Planejamento do município do Rio de Janeiro.

A área em estudo que compreende as regiões administrativas de Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz corresponde à 487,13Km² .

Em 1984 as áreas referentes à ocupação urbana são, respectivamente, áreas residenciais, de loteamento, de favela e industriais Tais áreas contabilizavam um total de 88.78km²(Quadro 1).

A área ocupada pela cobertura vegetal contabilizava uma área de 54,58 Km², considerando-se áreas que apresentavam uma vegetação contínua, onde se registra o adensamento de árvores e arbustos de espécies variadas.

As áreas consideradas como inundadas são as que permanecem continuamente alagadas durante todo o ano. Na maior parte dos casos, se identificam com as formações de brejos, manguezais e pântanos arbustivos e contabilizavam 16,39 Km².

Através da análise e classificação da imagem orbital no ano de 1994 (figura 2), verificou-se que as classes que apresentaram uma diminuição nos últimos 10 anos foram as áreas de cobertura vegetal e as áreas inundadas. Em 1984 correspondiam à um total de 54,58Km² e 16,39Km²,e passaram à 47,06 Km² e 10,59 Km², respectivamente, no ano de 1994.

Em 1984 a área de cobertura vegetal e inundada ocupavam cerca de 11% e 3% da área de estudo, já em 1994 esta relação decai para 9% e 2%.

Os resultados relacionados à classe ocupação urbana, mostram que em 1984, contabilizava um total em área de 88,78Km² e em 1994 totalizou 100,32Km². Em termos percentuais a classe obteve um aumento de 13%.

Em 1984 a área ocupada pela classe correspondia à 18% da área de estudo, já em 1994 esta relação sobe para 20%.

Para se entender melhor o que ocorre na área, torna-se importante observação dos processos de mudança registrados ao longo do tempo.

A verificação de campo, a área permitiu uma constatação de tais transformações nos últimos 10 anos, com relação à:

 

OCUPAÇÃO

As grandes mudanças ocorridas na área tem como impulso inicial, uma política de industrialização e expansão em décadas recentes, associada às regiões administrativas por uma política de expansão na área do município.

 

 

 

Quadro1 - QUADRO SÍNTESE DAS ÁREAS ENTRE 1984 E 1994

 

 

Anos

 

 

Variáveis

 

Área

1984

(Km²)

 

 

Área

1994

(Km²)

Percentual relativo às trans-

formações espaciais

Percentual relativo ao total em área 1984

Percentual

relativo

ao total

em área

1994

 

OCUPAÇÃO

URBANA

 

88,78

 

100,32

 

13

 

18

 

20

 

COBERTURA VEGETAL

 

54,58

 

47,06

 

13,8

 

11

 

9

 

INUNDADA

 

 

16,39

 

10,59

 

35,4

 

3

 

2

 

A história da ocupação da zona oeste segue, portanto, o modelo de urbanização das metrópoles brasileiras e em particular do processo de crescimento da cidade do Rio de Janeiro, onde pouco a pouco, nas últimas décadas, foi se desenhando o espaço das periferias, em pequenos lotes, transformando antigas áreas rurais em loteamentos populares, com limites cada vez mais distantes do centro da metrópole.

O caráter de ocupação desta área apresenta em sua grande maioria, uma carência à nível de infra-estrutura e equipamentos urbanos. Apesar dos dados apontarem para um aumento da percentagem de residências atendidas pelos serviços de água, esgoto e coleta de lixo, verifica-se ainda uma grande defasagem em relação à outras regiões administrativas do município.

Na periferia dos núcleos da RA's, a maioria das vias públicas não tem pavimentação e os serviços de transporte são deficientes. Nota-se também , que a tomada da expansão urbana vem crescendo sobre áreas ocupadas anteriormente pela agricultura. .

Com relação ao nível sócio-econômico, pode-se afirmar que a ocupação urbana em geral se dá, principalmente, pelas classes de baixa à média renda, pois tem sido observada a expansão de loteamentos e áreas de favelas ao longo das vias de acesso mais importantes da zona oeste, como a avenida Brasil e a via férrea Central do Brasil, à margem dos rios, canais e encostas dos morros. Estes locais, aparecem, então, como uma opção para as camadas de baixa renda que não têm acesso ao mercado formal de habitação.

A situação de saneamento básico é de extrema carência. Na maioria das favelas, predominam poços, nascentes e redes clandestinas de água e esgoto, onde grande parte utiliza o sistema de valas abertas, tendo como destino final os rios e canais da área.

Outro problema observado é o das águas pluviais que escoam pela superfície, desencadeando deslizamentos e inundações em áreas mais baixas.

O crescimento da área ocupada pela indústria, em muitos casos, está associada à proximidade de áreas residenciais e de loteamentos, absorvendo assim, uma parte da mão-de-obra estabelecida no local, e utilizando as principais vias de acesso para o escoamento da produção (Av. Brasil e linha férrea Central do Brasil).

Com o crescimento do setor industrial nas últimas décadas na área, este tornou-se o principal responsável pelo despejo de metais como zinco, cromo e cádmio nos rios e consequentemente na baía de Sepetiba. Assim, percebe-se que as indústrias da área contribuem com grande percentual de poluição devido ao parque industrial diversificado onde se concentram indústrias químicas, metalúrgicas, siderúrgicas e gráficas.

 

COBERTURA VEGETAL

 

Em virtude da ocupação da área assim como a exploração irracional do solo,a área vem sofrendo continuamente uma destruição de um dos seus mais importantes recursos naturais, a cobertura vegetal.

Em termos gerais, a maior parte da cobertura vegetal, ainda existente, aparece como remanescente da mata atlântica, onde destaca-se a Serra do Mendanha e alguns morros da região como: Caboclos, do Furado e Cabuçú. Tais resíduos de vegetação que permanecem, apesar da ação predatória, estão em cotas altimétricas mais altas do que as demais.

A diminuição de manchas que anteriormente eram ocupadas pela vegetação, tiveram inicialmente uma diminuição causada principalmente pela exploração do solo voltada para as atividades agro-pastoris e posteriormente para a expansão de loteamentos. Outra atividade que tem provocado uma sensível diminuição destas áreas, são os desmatamentos intensos, causados pela existência da cultura da banana nas encostas.

Verifica-se que a maior parte da cobertura vegetal, que ainda se encontra preservada, está nas parte protegidas pelas altitudes, quando inacessíveis à ação antrópica, ou pela existência de algumas reservas florestais da área. Há uma tendência de se desmatar cada vez mais a região, um processo que vem se estendendo ao longo dos anos.

 

ÁREA INUNDADA

 

A ação antrópica tem contribuído grandemente para alterar o comportamento natural deste uso. Nesta área estão, geralmente ligadas aos manguezais existentes, principalmente à borda da baía de Sepetiba.

A utilização de aterramentos para expandir às áreas de loteameto, tornou-se um importante fator para a mudança fisionômica da paisagem de mangue. Prova disto, está na existência de extensas faixas para a construção de estradas direcionadas à recentes núcleos urbanos, como por exemplo a praia do Aterro em Sepetiba.

Outro aspecto observado é a ocupação de favelas e a retirada de madeira, favorecendo o ressecamento do solo que permanece inundado somente quando há um afloramento do lençol freático em épocas de marés de preamar e de chuvas intensas. Registrou-se, também, que as margens dos canais próximos às estradas, em direção à Guaratiba, vêm sendo ocupadas progressivamente por estabelecimentos comerciais (bares e restaurantes), muito dos quais pertencentes à família de pescadores.

Por outro lado, observa-se que em áreas próximas à Sepetiba, a ocorrência de um aumento no aporte de sedimentos carreados pelos rios, propicia um acréscimo da superfície e recomposição de manguezais da área. Tal fato, deve-se ao crescente desmatamento da baixada de Sepetiba, que vem acelerando o processo de erosão nas encostas, e consequentemente aumentando as descargas de sedimentos na baía de Sepetiba.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O crescimento urbano, é sem dúvida, de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social de uma região. Entretanto, a ocupação populacional desordenada, bem como as suas atividades vem promovendo uma séria degradação ambiental, colocando em risco os recursos naturais e consequentemente o seu próprio desenvolvimento.

O fenômeno combinado da degradação ambiental e a vulnerabilidade urbana, tem se tornado, nas últimas décadas cada vez mais complexo e de difícil gerenciamento, particularmente na zona oeste do município do Rio de Janeiro.

O risco de sensíveis alterações ambientais acentua-se por uma combinação de crescimento populacional descontrolado, pobreza crônica, infra-estrutura deficiente e gastos sociais mal direcionados.

O interesse crescente que a qualidade de vida vem adquirindo para o planejamento é um reflexo claro da preocupação social com a deterioração ambiental. O registro de vários problemas decorrentes do vertiginoso crescimento do uso do solo urbano e rural se tornam freqüentes e expressam a necessidade cada vez maior de se ter de modo a contribuir em planejamentos e tomadas de decisões em qualquer nível.

Numa análise efetiva, destacam-se modificações resultantes em grandes proporções de uma ocupação acelerada há algumas décadas na área, aliada à falta de um planejamento adequado. Isto vem ocasionando grandes desequilíbrios, não só à nível local como também em áreas mais distantes,causando modificações de ecossistemas do litoral, extinção de espécies vegetais e animais, poluição por esgotos e minerais pesados, sendo este, o caso da Baía de Sepetiba, que recebe uma grande carga de sedimentos provenientes de uma ação antrópica predatória de toda a área drenada pelas bacias hidrográficas que nela deságuam.

Associada à esta problemática, soma-se a questão da cobertura vegetal nas encostas das elevações com a serra do Mar e maciços da Pedra Branca e Mendanha, cada vez mais sofrendo fortes pressões antrópicas.

Do ponto de vista sócio-econômico, tal falta de planejamento pode acarretar impactos de grande ordem desagregadora, como por exemplo, a intensificação da ocupação desordenada do solo na área, principalmente em função da concentração de mão-de-obra desqualificada, implicando numa crescente favelização e queda da qualidade de vida.

Dentro desta temática deve-se pensar num estabelecimento de ações e políticas que visem uma ordenação territorial para a área de forma a promover a compatibilização entre o processo de desenvolvimento econômico, a preservação, a recuperação e manutenção do equilíbrio ambiental para a área.

Instrumentos de controle e uso do solo devem ser norteados segundo as potencialidades naturais, as restrições existentes e as necessidades sócio-econômicas de forma a propiciar o equilíbrio entre o uso do solo urbano e rural.

Com relação as técnicas utilizadas, os dados obtidos pela digitalização do mapa da Prefeitura e atualizados em 1994, a partir da imagem LANDSAT TM /94, permitiu não só quantificar as transformações ocorridas no período de 10 anos, mas também tecer comentários descritivos do processo evolutivo da ocupação do solo. Este estudo possibilitou um conhecimento mais efetivo da área, pois, tendo em vista toda a problemática que a envolve atualmente, a metodologia empregada e os resultados obtidos permitem o acesso à informações dentro de uma escala temporal e espacial, importante na execução de pareceres técnicos e na sistematização de bancos de dados ambientais.

A interpretação das informações quantificadas e mapeadas da dinâmica das transformações ocorridas na área, possibilitam o acompanhamento, e a avaliação da área em questão sobre os temas abordados, procurando mostrar o processo evolutivo do uso diagnosticado pela aplicação de técnicas de geoprocessamento e pela verificação em campo, considerando as modificações resultantes principalmente pela urbanização desordenada.

A propriedade deste trabalho, portanto, consistiu no fato de ter apresentado metodologicamente, um processo que viabiliza o armazenamento sistemático de dados com a utilização de técnicas de Sensoriamento Remoto e do Sistema Geográfico de Informação -SGI, facilitando assim, o acompanhamento histórico por ocasião de outras investigações futuras.

 

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

 

ANDRADE, L. A.- Metodologia de Confecção de Mapas Temáticos Utilizando Dados TM-LANDSAT. Dissertação de Mestrado em Sensoriamento Remoto, INPE, 1985.

ARGENTO, M.S.F. & VIEIRA, A.C.- O Impacto Ambiental na Praia de Sepetiba. In: Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente,3. Florianópolis, 1989. Anais...Florianópolis vol.1,.p. 186-201, 1989.

ARGENTO, M. S. F. (et al) - Impactos Ambientais de Grandes Empreendimentos: O Caso de Sepetiba.In: Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente,4. Rio de Janeiro, 1995. Anais...Rio de Janeiro, vol.1, p.323-333.

 

ARONOFF, S.- Geographic Information System: A Management Perspective.WDL publications, Otawa. 1989.

BURROUGH, Q. A.- Principles of Geographical Information Systems for Sciences Publications.1985.

CARVALHO, E.E.- Análise Temporo-Espacial do Uso do Solo : Um Estudo Aplicado às Regiões Administrativas de Campo Gande, Santa Cruz e Guaratiba - Município do Rio de Janeiro. Dissertação de Graduação. Departamento de Geografia, UFRJ. 80pp..1994.

GOES, M. H. B.- Diagnóstico Ambiental por Geoprocessamento do Município de Itaguaí-R.J. Dissertação de Doutorado,UNESP/ Rio Claro. 1994.

XAVIER DA SILVA, J.- Unidade de Manejo Ambiental: Contribuição Geomorfológica. In: Encontro Nacional de Geógrafos, 3. Fortaleza.Anais...Fortaleza AGB ,p. 103-104, 1978.

 

 

Figura 1:Localização da área

 

 

 

Figura 2 : Mapa Temático / 1994