ESTRATÉGIA PARA INTEGRAÇÃO DA INFORMAÇÃO
MICHEL FABIANSKI CAMPOS1
MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES DOS SANTOS2
1Analista de Sistemas
PETROBRAS/E&P/GEREX/GETINF/GEARQ
2
Analista de SistemasPETROBRAS/E&P/GEREX/GETINF/GEDES
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Resumo. Com o passar do tempo muitos conceitos da Informática tem sido modificados. Diferentes perfis profissionais foram surgindo, da mesma forma que novos produtos foram sendo disponibilizados. Os conceitos de análise estruturada, permitiram a construção de sistemas mais confiáveis e de melhor qualidade. O surgimento da Engenharia da Informação foi mais um aliado na busca da qualidade da informação. A visão saiu do enfoque pontual e partiu para o global. Sistemas específicos, com seus arquivos proprietários, foram suplantados pelos Bancos de Dados que implementam modelos de dados, da Arquitetura de Informação. Desta forma os sistemas compartilham as informações contidas nos bancos de dados. Do projeto e construção da Arquitetura de Informação, participa um novo tipo de perfil, o Analista de Negócio. A Arquitetura de Informação, implementada nas 4 fases: planejamento, análise, projeto e construção, representa os 3 modelos: de dados, de processos e de tecnologia. A utilização de ambiente CASE integrado, para implementação da Arquitetura de Informação, é fundamental. A convivência de aplicativos comerciais com aqueles desenvolvidos sob medida, de acordo com a Arquitetura de Informação da Companhia, é um desafio na garantia de manutenção da integração da informação.
Abstract. As time goes by several Computing concepts have been modified. Different professional skills have appeared, as much as new products have been delivered. Structured analysis' concepts allowed the building of more reliable and more valuable systems. Information Engineering birth was another new impulse on the search for quality of information. Visions have moved from local to global ones. Specific systems, along with its own files, were overcome by databases using Information Architecture data models. This way systems may share information from different databases. Information Architecture project and construction need a different kind of professional - the Business Analyst. Information Architecture is implemented on 4 steps: planning, analysis, project and construction, and displays 3 models: data, processes and technology models. Using an integrated CASE tool to implement Information Architecture is a fundamental point. A great challenge is to keep an integrated information environment that harmoniously combines third-party applications with those in-house applications reflecting an specific Business Information Architecture.
Evolução de conceitos e perfis
A Informática é uma ciência que tem registrado desde o seu surgimento uma significativa evolução. As técnicas tiveram a seguinte evolução: programação por chaves, programação artesanal, análise estruturada, engenharia da informação e orientação a objetos. A análise estruturada, permitiu a construção de sistemas mais bem documentados e confiáveis e de melhor qualidade. A Engenharia da Informação permitiu a construção de sistemas mais aderentes ao negócio. A Orientação a Objetos representa hoje o Estado da Arte. Quanto aos perfis profissionais, têm sido registrados ao longo do tempo os seguintes: programador de computador, analista de sistemas, analista de negócios e arquiteto de soluções. Para os 2 últimos podemos apontar as seguintes características:
Evolução do enfoque pontual para o global (Fig.1)
Fig.1: A evolução do enfoque pontual para o global.
Fig.2: O enfoque pontual.
Utilizando o enfoque pontual o objetivo era a construção de sistemas específicos com seus arquivos proprietários que atendessem a determinadas áreas sem preocupação de compartilhamento de informações com outros sistemas. Isto gerava redundância de dados, com todos os inconvenientes que isso acarreta.
Fig.3: A evolução do enfoque.
Através da evolução do enfoque pontual temos o compartilhamento das informações entre diversos sistemas, mas ainda sem uma preocupação com o tratamento da informação de forma estratégica. Alguns problemas como a redundância dos dados já começam a ser resolvidos.
Fig.4: O enfoque global.
Através da utilização da Arquitetura de Informaçao, a visão estratégica pode ser implementada e os Bancos de Dados podem ser compartilhados por sistemas que atendem as necessidades do negócio. A partir deste ponto surge a visão da informação como oportunidade de negócio.
Estratégia de integração
Etapas da Engenharia da Informação (Fi.5,6)
Fig.5: O planejamento estratégico.
Fig.6: As etapas da engenharia da informação.
A metodologia utilizada é baseada na Engenharia da Informação. Podemos visualizá-la através de uma pirâmide onde as 3 faces representam dados, processos e tecnologia. Cada uma dessas faces é implementada em 4 fases: planejamento, análise, projeto e construção. A Arquitetura de Informação representa a pirâmide na fase de planejamento. Na fase de Planejamento é realizado o Planejamento Estratégico onde são definidos os Objetivos Empresariais, identificados os Fatores Críticos de Sucesso e as Necessidades de Informação para apoiar o Negócio.
Fazem parte do escopo da fase de Planejamento as seguintes ações e produtos para cada uma das faces da pirâmide:
Fazem parte do escopo da fase de Análise as seguintes ações e produtos para cada uma das faces da pirâmide:
Fazem parte do escopo da fase de Projeto as seguintes ações e produtos para cada uma das faces da pirâmide:
Fazem parte do escopo da fase de Construção as seguintes ações e produtos para cada uma das faces da pirâmide:
Padronização
A padronização deverá abranger dados, processos, tecnologia e documentação. Isto viabiliza a integração dos dados e a melhoria da qualidade do produto final.
Ambiente CASE integrado (Fig.7)
Fig. 7: O Ambiente CASE Integrado
A disponibilização comercial de um repositório de dados que garantisse a integração de diferentes Cases oferecidos pelo mercado não se concretizou, o que despendeu um considerável esforço em retrabalhos. A utilização de ambiente CASE integrado, para implementação da Arquitetura de Informação, é portanto fundamental. Dessa forma todo o esforço empregado em uma fase pode ser aproveitado pela fase seguinte. O CASE adotado implementa a metodologia da Engenharia da Informação apoiando desde o planejamento até a construção dos Sistemas de Informação. A Enciclopédia onde são gerenciadas todas as informações geradas nas fases de planejamento, análise, projeto e construção dos Sistemas de Informação garante a integridade de todo o processo, além de viabilizar a documentação integrada de todas as fases. A referida enciclopédia fica instalada em um servidor e os diversos times de profissionais que atuam em cada uma das fases utilizam-se de micros onde estão instaladas as versões cliente do CASE, acessando a Enciclopédia.
Arquitetura do Banco de Dados de Perfuração (Fig.8)
Fig.8: A arquitetura do banco de dados de perfuração.
O Banco de Dados de Perfuração contempla as informações de interesse para a área de negócio de perfuração de poços e sua construção foi realizada de acordo com a metodologia referida neste trabalho.
São características da área de negócio de perfuração:
São características da Arquitetura do Banco de dados de Perfuração:
Integração com outros produtos (Fig.9)
Fig.9: A integração com outros produtos.
De acordo com o enfoque global, os sistemas compartilham as bases de dados. As informações de interesse para um sistema que não seja o alimentador das mesmas deverão ser portanto obtidas nas referidas bases de dados.
Interfaces deverão ser construídas para compatibilizar os sistemas adquiridos no mercado com as bases de dados, implementadas a partir dos modelos de dados definidos pela Arquitetura de Informação. Os padrões já definidos pela Petrotechnical Open Software Corporation (POSC) deverão orientar o processo de construção da Arquitetura de Informação.
A POSC é uma organização sem fins lucrativos, criada em 1990 por um grupo de companhias de petróleo com o objetivo de definir padrões para integração de dados do segmento E&P. Produtos adquiridos no mercado devem ser avaliados de acordo com o seu grau de compatibilidade com a POSC.
A convivência de aplicativos comerciais com aqueles desenvolvidos sob medida, de acordo com a Arquitetura de Informação da Companhia, é um desafio na garantia de manutenção da integração da informação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTIN, James. Engenharia da Informação - Introdução. Rio de Janeiro : Campus, 1991.
FELICIANO NETO, Acácio, FURLAN, José Davi, HIGA, Wilson. Engenharia da Informação: Metodologias, Técnicas e Ferramentas. São Paulo : McGraw Hill, 1988.